NOTA DE PESAR DO CMC E DO COMFEM PELO CRIME DE FEMINICÍDIO OCORRIDO NA COMUNIDADE QUILOMBOLA ILHA DE MERCÊS

04/06/2018
Nós, do Centro das Mulheres do Cabo (CMC) e do Comitê de Monitoramento da Violência e do Feminicídio do Território Estratégico de Suape (COMFEM), lastimamos profundamente a morte prematura de Viviane Silva e de Paulo César de Oliveira da Silva, integrantes da comunidade quilombola Ilha de Mercês, no município do Ipojuca. Os dois eram primos e foram brutalmente assassinados a facadas, no último domingo, dia 3 de junho.
Segundo testemunhas da comunidade, quem cometeu essa barbaridade foi o ex-companheiro de Viviane, que estava inconformado com o fim do relacionamento e movido pelo ódio, desferiu inúmeras facadas na vítima e no seu primo.
O Feminicídio é um crime cruel que feri a dignidade humana das mulheres, sendo fruto das desigualdades de gênero e do machismo. Além disso, é uma ameaça a todas nós, porque ele não tolera a liberdade e a autonomia das mulheres.
Todos os dias Anas, Marias, Verônicas, Vanessas, Jéssicas, Rafaelas, Mirellas, Remís e Vivianes são assassinadas por esse crime desumano, que atenta principalmente contra o direito de viver da população feminina.
Ano passado, 73 mulheres foram vítimas do Feminicídio, em Pernambuco. Houve 33.188 mil casos de violência doméstica e 2.311 estupros foram notificados pela Secretaria de Defesa Social do Estado (SDS).
Doze mulheres são assassinadas no Brasil todos os dias. O País está entre as nações com maior índice de homicídios femininos: ocupa a quinta posição em um ranking de 83 países, segundo dados do Mapa da Violência de 2015.
Mas, não vamos nos silenciar, diante dessa brutalidade contra as mulheres. Viviane é o símbolo de uma jovem lutadora e que teve sua vida ceifada por um covarde.
Exigimos Justiça!
Por mim, por nós, por Viviane, por Paulo e por todas!